Foto: Revista Família Cristã
O cotidiano das grandes cidades traz muitas dificuldades
para os idosos...
O tema de hoje é muito importante e não podia deixar de
falar sobre ele. A falta de paciência que todos temos no dia-dia, salvo algumas exceções. Vivemos em uma
cidade que não tolera quem não está exatamente adequado aos seus padrões. Ainda
mais, se a pessoa for idosa. Os idosos enfrentam sempre dificuldades no dia-dia corrido das grandes cidades.
Com certeza você tem algum idoso na família, nem que seja um parente distante. Bom,
eles normalmente tem outro ritmo de vida, mas muito experiência para passar para as pessoas. O fato é que a população está envelhecendo,
vive mais. Todos nós que ainda somos jovens, vamos passar passar por essa fase da vida (espero).
Foto: Divulgação - Site stock.xchn
Para se ter uma ideia, de acordo com o Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística (IBGE), nos anos 1960, a expectativa de vida era de
52,6 anos. Em 2010, época do último Censo, esse número subiu para 73,8 anos e,
para 2020, a projeção é de 76,1 anos a expectativa de vida.
Pode ser complicado quando o idoso mora com algum
membro da família (isso quando não é ele mesmo quem sustenta a casa). Cada um tem
as suas manias e as brigas podem acabar acontecendo. O idoso pode ficar um pouco ansioso para fazer as coisas que ele gosta de fazer... O que é normal. Mas, precisamos ajudar as pessoas, ainda mais aquelas que fazem parte da nossa vida. Além disso, eles são carinhosos e tem sempre boas histórias para contar.
Porém, como estava falando no início, moramos em um local onde em que a maioria das pessoas não tem tempo nem paciência pra nada. Tem os motivos para isso, claro. Excesso de trabalho, estresse, problemas pessoais, familiares, etc...
Normalmente, o transito das grandes
capitais não tolera os idosos. Exemplo disso, foi o que aconteceu
com a minha *Tia Laura essa semana. Ela teve a grande ideia de atravessar a rua
um pouco longe da faixa de pedestres, quando o farol estava fechado. Passou um motoqueiro e a atropelou na maior velocidade.
Pedestres na região da Sé (São Paulo) Foto: Folha Press
Resultado: vai precisar de um ombro novo; ossos da bacia e
da pelve quebrados, além de três costelas quebradas também. Não preciso dizer o
susto que eu levei quando recebi o telefonema falando que minha querida Tia
Laura estava no hospital. Uma senhora de mais de 75 anos. Na hora fiquei com raiva
da pessoa que atropelou, mas depois percebi. Vivemos em uma sociedade que tem
pressa para tudo e é um pouco egoísta.
E tem mais. Algumas coisas passaram a ser banais em São
Paulo, já faz tempo. E atropelamento é uma delas. Todo o dia morre uma pessoa
atropelada, de acordo com estatísticas da Companhia de Engenharia de Tráfego
(CET). Então, virou rotina. Motoqueiros, mais de um, com certeza. Fui fazer uma
pesquisa rápida sobre o assunto na internet. Começaram a vir inúmeras notícias,
uma pior que a outra, sem contar as histórias de atropelamentos de ciclistas.
Desisti, comecei a pensar na minha tia e tive que parar...
Bikes na rua/Foto: Folha de São Paulo
Continuando minha história, quando cheguei no hospital, Tia
Laura estava esperando para ser internada. Então para tentar melhorar a
situação (não sei de onde tiro essas ideias), eu disse: “tia, a senhora tá
querendo competir com o Wolverine?” Ela riu. Pelo menos arranquei um sorriso
dela. Logo em seguida entrou o médico na sala, o ortopedista para explicar o
problema dela. Quando ele saiu, a Tia Laura fez um sinal para mim, para eu
ficar de olho nele que era bonitão (até no hospital ficar paquerando não né)...
Essa minha tia é uma figura...
Esta semana foi a primeira vez que dormi num hospital. Fui
por causa dessa minha tia, claro. É terrível ver qualquer um numa situação
dessa, deitado numa cama, tomando vários remédios, esperando uma cirurgia,
ainda mais quem a gente gosta e ama.
Fico imaginando... Será que vamos conseguir ter mais
paciência com as pessoas? Pensar mais nos outros, ser menos egoístas. Não sair
no maior desespero na rua quando estamos atrasados para um compromisso. Não
falar palavrão quando recebemos uma ofensa. Controlar os comentários agressivos ou
preconceituosos a alguém, entre outras coisas mais graves...
As horas passam devagar no hospital. Vem um tipo de
medicamento. Depois outro. Eu, que não sou médica, nem entendo nada do assunto,
começo a ficar sem paciência. E achar tudo muito demorado. Mas, tento ver o
lado positivo e achar que vai dar tudo certo. Afinal temos que passar as
melhores energias para a pessoa que estamos acompanhando, certo?
No outro dia, volto para casa. Durmo na minha cama quentinha
e macia. Acho que dou ainda mais valor agora. E penso: “espero que o pessoal
tenha lido até aqui”. Espero também que a gente tenha mais paciência e seja
mais tolerante no nosso dia-dia.
E você, já passou por alguma situação parecida em sua vida? Quer
deixar seu relato?
*Tia Laura: o nome foi trocado para preservar sua identidade
2 comentários:
Ótimo texto!
Gostei bastante!
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